quarta-feira, 4 de maio de 2011

Tie Dye

Na década de 1970 ele conquistou os jovens. Agora, retoma às ruas com novas intervenções. Além deste editorial, confira um passo-a-passo básico dessa prática de moda que se resume em amarrar e tingir
O toque artesanal em peças do vestuário sempre proporciona um diferencial. Não é por acaso que tie-dye, uma técnica muito usada na década de 1970, ganha as ruas novamente. Claro que agora com novas versões, inclusive com estamparia industrial.

Para quem não abre mão da tradição, o Eva traz um editorial produzido no centro de Fortaleza. O cenário urbano não poderia ser melhor: alia história e contemporaneidade, tal qual o tie-dye. O clima bucólico da Praça dos Leões, os bancos de madeira, a estátua da escritora Rachel de Queiroz e o glamour das escadas cederam espaço para as propostas sempre muito coloridas.

Antes disto, os principais eventos de moda do País já anunciavam a tendência para o Verão 2009. Marcas, a exemplo da Reserva e Cantão, apostaram na técnica em tecidos leves, como malharia e jeans. 


Novo caleidoscópio

Ao que tudo indica, essa velha técnica, agora repaginada, irá abranger as peças que vão da praia ao escritório e, de lá, direto para a noite. Isso sem falar dos artigos para o lar como toalhas, lençóis e edredons disponíveis com esse tingimento. Graças à tecnologia têxtil hoje é possível produzir o tie-dye em série e sobre os mais diversos materiais. Mas a grande diferença está na estamparia manual por garantir efeitos únicos que remetem a um caleidoscópio.

Batique


Outra técnica que muitas vezes se confunde com tie-dye é o batique. O método, também manual, de pintura sobre o tecido, teve origem na Indonésia. Chegou à Europa pelos holandeses, que o trouxeram de suas expedições pelo continente Asiático.

O processo consiste em cobrir áreas do tecido a serem trabalhadas com cera ou parafina. Depois são imersos em latões com tintas de cores variadas para o tingimento desejado de acordo com o desenho pretendido. Por último, são retiradas a cera ou parafina com água quente; e os tecidos são lavados e passados.

Esse método tem muito mais história. Na década de 1970, quase todos os jovens tinham no armário pelo menos uma roupa com batique. Os anos se passaram, e essas peças ficaram, de certa forma, esquecidas. Agora, voltam à moda junto com o tye-die.

FIQUE POR DENTRO

Como se originou o tie-dye
O termo deriva do inglês que significa simplesmente ´amarrar e tingir´. A técnica de origem artesanal é bastante antiga e vem do Oriente, tendo sido relatada na Índia e na China. Na América Latina o processo era utilizado para tingir tecidos de lã. Na década de 1970, o tie-dye voltou com força total na pele dos hippies e pôde ser visto por todo o mundo em festivais da época como Woodstock.

Esse método, que atualmente está super na moda, consiste em tingir pequenos segmentos do tecido, amarrando-os com linha, para evitar que a cor passe a essas partes, formando assim um padrão irregular de tingimento. Geralmente era aplicado em algodão puro, mas na versão moderna surge até no crochê. O método é simples e pode ser feito em casa mesmo. Uma das vantagens é que nunca se obterá um mesmo resultado. Isso deixa o tie-dye exclusivo, motivo pelo qual é apreciado por pessoas de estilo singular.

Coloridos manuais

Pioneiro em estamparia manual no Ceará, o artista plástico D´Costa já fez de tudo um pouco. Mesmo quando a moda deixou de lado as técnicas como o batique e o tie-dye, ele continuou inventando e reinventando. “Certa vez, criei tie-dye em cima de batas de algodão com cetim rebordadas à mão”, destaca. Com tanta experiência, hoje seu trabalho está ainda mais diferenciado, pois utiliza várias cores numa só peça e ainda faz interferências de arte por meio da pintura manual. “Todas as minhas criações são feitas por etapas. Tinjo, uso pincel, esponja, espremo com as mãos e misturo cores”, explica. Geralmente prefere utilizar tecidos de algodão para aplicar sua arte. Assim, as peças ganham texturas únicas e estampas artísticas.

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